Seria inconcebível o sucesso extraordinário de histórias como O Senhor
dos anéis e Harry Potter sem que, antes delas, existisse a seminal e
insuperável obra de T.H. White, O único e eterno rei, da qual A espada
na pedra é o primeiro dos cinco volumes. Esta versão definitiva da lenda
arturiana, lida e amada por todas as gerações e fonte generosa de
inúmeras outras obras no cinema, no teatro e na literatura, é uma
influência cultural decisiva do nosso tempo. Este primeiro volume
apresenta a educação do jovem Arthur, aqui apelidado Wart, sob o teto de
seu tutor, sir Ector, e introduz a figura de seu grande guia da vida
inteira, o mago Merlin. Dos cinco volumes que compõem a saga, este é o
de maior apelo entre jovens. Ao inaugurar a história, A espada na pedra
toca na mais explícita manifestação da permanência da vida humana, a
predestinação, que é a garantia da justiça, patrocinada por um poder
maior, a divindade. Só esse aspecto já serve para definir O único e
eterno rei como um monumento à transcendência enredando os leitores numa
teia feita de aventura, agilidade, humor, assombro. O rito de passagem
enfrentado pelo jovem que o destino escolhe para ser o rei é a metáfora
da luta para merecer a eternidade: aprender os segredos é aprender a ser
digno da escolha; e o aprendizado se faz dentro dos princípios da ética
e da estratégia.
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